O golpe tá aí…
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“Cai quem quer??” NADA DISSO!
Quem cai num golpe financeiro é vítima e pode buscar ajuda! Porém, mais fácil do que remediar é prevenir, certo? Por isso, nesta página você vai encontrar TUDO sobre golpes financeiros: quais os mais comuns hoje, como fugir deles e o que fazer caso você ou alguém que você conhece caia em uma dessas armadilhas.
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da Me Poupe!
Lembra quando os golpes financeiros pela internet eram emails mal escritos com alguém procurando um herdeiro (podia ser um príncipe, ou uma tia-avó rica do exterior) e te pediam um adiantamento de alguns milhares de reais?
Esses golpes ainda existem! Mas, hoje, tanta gente conhece essa estratégia que as chances de cair nela são muito menores. No entanto, outros tipos surgiram, e ainda mais elaborados. Tão elaborados que você provavelmente conhece alguém que já foi vítima. Isso se VOCÊ não tiver caído!
A própria Nathalia Arcuri, especialista em finanças e fundadora da Me Poupe!, contou no PoupeCast que já foi vítima de um golpe. No mais recente, no entanto, quem caiu foi seu pai: sua família recebeu mensagens de alguém dizendo ser a Nath e pedindo dinheiro emprestado (logo a Nath!!!!).
“Meu pai me mandou o comprovante de uma transferência de 5 mil reais", ela conta no episódio. “Eu perguntei que comprovante era aquele, e ele disse, ‘você não pediu, c#$%#???’.
Eu não pedi nada!! Ele ficou em silêncio, e aquilo me cortou o coração. Fiquei com um ódio, mas um ódio...”
Depois disso, eles fizeram um boletim de ocorrência e entraram em contato com o banco pra tentar conseguir o dinheiro de volta, já que a transferência foi um TED. Tudo isso aconteceu muito rápido, em menos de 10 minutos. No entanto, o banco disse que não poderia fazer nada: o dinheiro já tinha sido enviado! A Nath ainda contou que descobriu até o nome da pessoa pra quem o dinheiro foi e que, agora, o caso está sendo investigado pela polícia.
Te dou
um dado?
Pescaria digital (ou “phishing”)
Meio mais comum: SMS, emails
Como é: vem com um link ou arquivo pra baixar. Ao clicar, eles têm acesso aos seus dados!
Como evitar: duvide! Especialmente de mensagens tipo “atualize seu cadastro”, “boleto em atraso”, “cadastre o Pix”...
Me dá um dinheiro aí
Meio mais comum: WhatsApp
Como é: enviam mensagens pedindo dinheiro “emprestado” como se fosse outra pessoa.
Como evitar: pense bem: essa pessoa pediria dinheiro pra VOCÊ? Também é bom confirmar direto com ela, com uma ligação pelo telefone (e não pelo WhatsApp).
Empresa fantasma
Meio mais comum: internet
Como é: você paga por um produto e nunca recebe. Pior ainda: a empresa simplesmente some do mapa junto com o seu dinheiro!
Como evitar: peça referências pra quem você conhece, confirme se o CNPJ da empresa existe mesmo e busque opiniões sobre ela na internet.
De mão beijada
Meio mais comum: telefone
Como é: te ligam dizendo ser do banco. Te falam que seu cartão foi clonado e que um motoboy está indo buscar esse cartão e te dar outro.
Como evitar: NUNCA entregue seu cartão pra ninguém! Se ele for clonado, o banco irá cancelá-lo e você pode cortá-lo e jogar fora.
Boleto falso do MEI
Meio mais comum: email/carta
Como é: te enviam um boleto que você “deve” pagar por ser MEI.
Como evitar: MEI só precisa pagar a DAS todo mês, que está disponível online, e pode até ficar no débito automático. Qualquer outro boleto relacionado à MEI é golpe.
Leilões falsos
Meio mais comum: internet
Como é: leilões falsos na internet oferecem produtos a preços muito, mas MUITO baixos mesmo!
Como evitar: se algo parece bom demais pra ser verdade, provavelmente não é verdade. Como um celular que custa 8 mil reais pode ser vendido por 500 reais??? Duvide sempre de ofertas que parecem MUITO boas.
Golpes mais comuns
Engenharia social x fraude
Ao contrário do que a gente costuma imaginar, a maioria dos golpes não envolve pessoas de capuz e com voz de pato, que mexem no computador só de madrugada. Essa informação pode te assustar: na maior parte dos casos, é a vítima quem entrega de bandeja o dinheiro pros golpistas!
SIM! Eles enganam tão bem, mas tão bem, que a pessoa entrega todas as informações que pedem, e até o dinheiro, sem nem pensar que estão sendo manipuladas. Esse tipo de golpe usa engenharia social, que nada mais é do que um conjunto de técnicas pra te convencer a fazer o que eles querem.
Mas também existem as fraudes. Nesse caso, podem ser invasões a sistemas de bancos, por exemplo, ou roubo de dados. Mas fraudes são BEM mais raras, já que as instituições investem fortunas todos os anos em segurança, justamente pra garantir que esse tipo de coisa não aconteça.
Por isso, já que os golpes que envolvem engenharia social são tão comuns, é MUITO importante que você tenha todas as informações pra sentir de longe o cheiro de cilada e fugir.
Cada vez mais elaborados!
A regra é clara: se não conhece ninguém que caiu num golpe, é porque VOCÊ é a pessoa que caiu!
É brincadeira, claro! Mas um levantamento aponta que mais de 20 milhões de pessoas caíram no golpe do WhatsApp clonado no ano passado. Isso é cerca de 10% da população do Brasil… E só NESSE golpe!!
No episódio 19 do Te Vira Linda no Áudio, o programa especial da Bruna Andriotto no Poupecast, algumas mepoupeiras e mepoupeiros contaram de golpes que já sofreram:
Cuidado com
o golpe que o golpe te pega
Boleto falso
Meio mais comum: email/SMS
Como é: te enviam uma mensagem dizendo que tem um boleto vencendo hoje! O boleto pode ser de verdade (e, ao pagar, você dá o dinheiro pros golpistas), ou não (e, ao abrir, você entrega seus dados).
Como evitar: fique de olho nos boletos que REALMENTE tem que pagar. Na dúvida, entre em contato com a instituição que supostamente mandou o boleto.
Por trás do golpe da pirâmide
Um dos tipos de golpe mais comuns é o esquema de pirâmide, no qual quem tá no topo ganha muito dinheiro e quem chega depois… Nem tanto. E pode chegar a perder muito dinheiro mesmo!
Um dos mais recentes é o do Telexfree, que aconteceu entre 2012 e 2014 e fez mais de 1 milhão de vítimas no mundo todo. A Gilvania Matos, que também participou desse episódio do Te Vira Linda no Áudio, contou que perdeu mais de 2 mil reais nesse golpe! E a própria Bruna Andriotto, a rainha da renda extra da Me Poupe!, bateu na trave: “na minha antiga igreja, todo mundo entrou. E, quando vejo pessoas que confio entrando, penso que nem preciso pesquisar, que é confiável! Ainda bem que, logo depois, foi exposto o golpe.”
Mas esse é apenas um exemplo de tantos esquemas de pirâmide que tentam surrupiar seu dinheiro enquanto te convencem que você fez um ótimo negócio. O professor Eduardo Mira, nosso muso da renda variável e analista CNPI, contou numa live no Instagram da Me Poupe! que, há mais de 10 anos, caiu em algo do tipo.
A armadilha, nesse caso, estava disfarçada de site de leilões de centavos americano, o ZeekRewards. “Não parecia um esquema de pirâmide, parecia uma proposta bacana. No fim, a Comissão de Segurança e Câmbio dos EUA fechou tudo. Perdi mais de 2 mil dólares”, relatou. Estima-se que mais de um milhão de pessoas em todo o mundo tenham caído nesse mesmo esquema, e o prejuízo tenha sido de 900 MILHÕES de dólares.
NÃO DÊ SORTE
PRO AZAR!
Veja 5 dicas do Jobs pra proteger seus dados na internet e evitar ser vítima de fraudes:
“Meu esposo tinha acabado de entrar na empresa, e aceitou a ajuda de estranhos pra fazer um depósito no caixa eletrônico.
O cara que ajudou trocou os envelopes sem ele ver. Depois, foram investigar o que tinha acontecido, porque o dinheiro não caiu, e ele viu que tinha caído num golpe” - Dharlyene Oliveira
Como evitar: NUNCA aceite ajuda de estranhos no banco! Mesmo que seja alguém que parece trabalhar lá: você pode ser enganada e enganado por alguém usando uma roupa parecida. É sempre melhor levar alguém da sua confiança, se você não souber usar algum serviço no caixa eletrônico.
“Depositamos 700 reais para colocarem um alarme com localizador, pro meu esposo fazer entrega de equipamentos de laboratório. Parcelamos em 3 vezes e, no último pagamento, percebi o golpe: não tinha o nome da empresa, nem nada que mostrasse que era séria. Só depois que perdemos o dinheiro, percebemos.” - Alline
Como evitar: antes de fazer um pagamento, analise bem quem tá do outro lado. Se for em um site próprio, verifique se é confiável, procure mais informações sobre ele e consulte no ReclameAqui o que as pessoas dizem. Também veja se o site do Procon do seu estado tem uma lista de sites pra evitar! Já se for em um marketplace, veja os comentários de outros compradores, quantas vendas a pessoa já fez e qual a avaliação.
“Comprei um curso de marketing digital, paguei uns 190 reais. Não consegui fazer nada do curso. Descobri que era uma pirâmide.” - Bruna Marques
Como evitar: esse é um golpe bem comum, e funciona assim: o curso afirma ser de marketing digital, mas, na verdade, te ensina a trabalhar como afiliada e afiliado. Ou melhor, te ensina a vender o próprio curso! Assim, quanto mais você vende, mais dinheiro ganha… E a pessoa que criou o curso, mais ainda! Só que, se você não vender nenhum, corre o risco de perder o investimento. Afinal, o curso não te prepara pra vender outras coisas, só ele mesmo.
Aliás, vale ficar de olho nas “inovações” no formato: mais recentemente, a pirâmide vem disfarçado de roda, mandala, bolha… Mas o funcionamento é o mesmo. E vai te fazer perder dinheiro!
Pirâmide ou
marketing
multinível?
Não, eles não são a mesma coisa! Veja algumas das principais diferenças entre pirâmide e marketing multinível:
Pirâmide:
- O dinheiro que vem depende de novos membros
- Não existe produto, ou tem um preço inviável pra sustentar o negócio
- O “topo” não recompra o estoque. Não vendeu, já era
- Ilegal
Marketing multinível:
- O dinheiro vem de acordo com o volume de vendas
- Um produto real é vendido, com preço viável pra sustentar o negócio
- O “topo” recompra o estoque, o prejuízo não fica com o vendedor
- Permitido pela lei
Recentemente, um outro tipo de golpe também apareceu por todo canto: o investimento milagroso! Esse tipo de cilada tem “ganhado força” porque os brasileiros estão cada vez mais interessados em investir: em 2020, o número de investidores na B3 quase dobrou! No entanto, com isso, também surgiu um novo nicho pra golpistas que querem enganar as pessoas com promessas de dinheiro fácil e rentabilidades altíssimas - e muito difíceis de alcançar, até pra quem já tem experiência na Bolsa.
Investindo
numa cilada
Caí no golpe!
E agora?
Em primeiro lugar, lembre-se: errado é quem dá o golpe. Não apenas errado, como criminoso!! Golpes financeiros costumam se enquadrar como estelionato, e podem dar de um a cinco anos de prisão.
Já quem cai é VÍTIMA. E, como vítima, pode procurar ajuda das autoridades e tentar pelo menos diminuir suas perdas.
A primeira coisa que você deve fazer é registrar um boletim de ocorrência. Isso pode ser feito pela internet: é só procurar “boletim de ocorrência” e o nome do estado onde você mora pra encontrar o site da polícia estadual onde ele deve ser registrado.
Em seguida, você pode entrar em contato com o banco, contar o que aconteceu e tentar recuperar o dinheiro. Mas atenção: não tem nenhuma lei que exige que o banco te devolva o dinheiro, especialmente se foi você quem enviou - lembra dos casos de engenharia social?
Em todo caso, quanto mais rápido você falar com seu banco, mais chances pode ter de conseguir recuperar o dinheiro!
E pode ser difícil conseguir, mas não quer dizer que seja impossível. Cada caso é um caso, e é (ou deveria ser) analisado individualmente pelo banco. A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) diz que cada instituição tem uma política pra esses casos, e as decisões são tomadas a partir de uma investigação de todas as informações que o cliente fornece.
Por fim, se você sentir que o banco não tá colaborando, você pode contar tudo pra diretora, ou melhor, pro Banco Central, e registrar uma reclamação.
No entanto, vale lembrar que é muito melhor prevenir do que remediar. E, por isso, é MUITO importante entender os sinais de um golpe e, principalmente, não ignorá-los! “Na dúvida, ache que é um golpe”, aconselha o professor Mira.
Normalmente, são pessoas que se dizem investidoras com experiência, que mostram resultados incríveis de outros clientes (ou melhor: gráficos que podem muito bem ter sido manipulados) e “garantem” que essa rentabilidade é possível pra você também. Os alvos são pessoas que já ouviram falar da magia dos juros compostos pra multiplicar o dinheiro, mas não de como fazer o dinheiro trabalhar ao máximo pra aproveitar os juros compostos! E, portanto, acreditam que o dinheiro estará em boas mãos com essas pessoas que se dizem profissionais.
O próprio Mira alerta pra esse tipo de falcatrua: rentabilidade de 10% ao mês?? É golpe. “O único investimento que pode garantir alguma rentabilidade é a renda fixa, e não existe renda fixa que pague 10% ao mês”, explica.
Ele ainda alerta que, se a “justificativa” dos golpistas for que não é investimento em renda fixa, não dá pra dar nenhuma garantia. Inclusive, fazer isso é proibido pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
“Ela exige que, em toda comunicação de investimento de verdade, esteja escrito que rentabilidade passada não é sinônimo ou garantia de rentabilidade futura”, esclarece o professor.
Se até a Nath e o Mira já caíram em golpe financeiro, deu pra perceber que pode acontecer com QUALQUER pessoa, né? Mas… O que você pode fazer se, de fato, cair em um??
Lembre-se: ninguém cuida melhor do seu dinheiro do que você!
No fim da matéria, tem dicas do que fazer caso você caia em um golpe!